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Seg, 27 de Setembro de 2010 02:09

Última mesa-redonda abordou semiótica e tecnologia

Por Aline Moura

O Seminário “Comunicação, Cultura e Cidadania” encerrou seu ciclo de debates no dia 24 de setembro com a mesa-redonda “Comunicação e Cultura: leituras semióticas”, no auditório Benjamin Abrahão da Casa Amarela Eusélio Oliveira. A mesa foi composta pela professora Malena Contrera (Universidade Paulista), pela professora Gabriela Reinaldo (UFC) e pelo professor Wellington Oliveira Júnior (UFC). A mediação ficou por conta de Júlia Miranda (UFC).

Malena Contrera dissertou sobre os conceitos de “noosfera”, “mediosfera” e imaginário cultural. A pesquisadora, ao alertar sobre o distanciamento ocorrido nas relações atuais, mediadas pela tecnologia, apelou ao público para que a sensibilidade propriamente humana fosse resgatada. Segundo Contrera, durante a interação entre os seres humanos, os sentidos são cada vez menos usados e substituídos por mecanismos próprios das máquinas. Sugeriu como possível solução desse impasse algumas ações cidadãs planetárias, entre elas, a procura por relações não mediadas pelas tecnologias industriais.

A segunda convidada, Gabriela Reinaldo, falou sobre os limites e as fronteiras entre natureza e cultura. Reinaldo fez uma reflexão sobre o espaço da natureza em nossa sociedade extremamente industrial. “Não é mais o avião que se parece com o pássaro. É o pássaro que se parece com o avião”, alertou a pesquisadora. Por outro lado, segundo Reinaldo, além de vivermos na era da produção artificial de alimentos, nunca houve uma procura tão grande por animais domésticos. Eles, entretanto, sofrem uma radical ruptura com suas naturezas: são sexualmente isolados e desprovidos de qualquer expressão própria de seus instintos. Reinaldo adverte que, quando presentes na sociedade capitalista, os animais agregam o conjunto de adornos domésticos, ou seja, tornam-se mais um elemento de consumo.

A fala de Wellington Júnior fechou a apresentação dos convidados. Seu trabalho, “Das interseções entre corpo e tecnologias de comunicação na performance contemporânea”, refletiu sobre como a tecnologia interfere na apropriação estética das possibilidades expressivas do corpo. O professor acredita que, apesar de as artes já terem se debruçado sobre a experiência do corpo, em nenhuma delas os seus limites foram testados.

O debate se encerrou com a participação de alguns espectadores através de depoimentos ligados às temáticas levantadas pelos palestrantes. A programação do último dia do evento contou ainda com a conferência de encerramento do pesquisador Guilhermo Orozco e com a atividade cultural “Percursos urbanos: Itinerário Boêmio”.